(Na persistente falta de recursos, chega o momento em que até o ‘verbo’ não encontra mais solidez, dando espaço ao roto e desprezível ato omisso)
Crônica de Renneé
Fontenele
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Goleador Zé Rodrigues não jogou contra Salgueiro. (Foto de Renneé Fontenele/HORA DO DRIBLE) |
Parnaíba (PI). Não é muito difícil responder ao título
indagador. Não! É claro que não!
Iniciar uma competição nacional com um elenco reduzido em
consequência de um boicote, significa algo que merece considerável reflexão.
Foi o que levou o Parnahyba ao placar negativo na noite deste domingo (2),
quando derrotado para o Salgueiro por 4 a 0, em Pernambuco.
Quem acompanhou o clube campeão piauiense sabe de suas forças
quando unidas, juntas, pois. Poderá alguém (lá de Teresina, por exemplo),
tagarelar: ‘mas o campeonato é outro, é Brasileiro, e não piauiense’. Certo,
tagarela! Mas os clubes são, praticamente, nivelados. Dois fatores me levam a
pensar desse modo. O primeiro, pela pouca divergência estrutural entre os
clubes e, o segundo, simplesmente por não haver nenhum clube do Grupo A2 de Série
A, B ou C.
É evidente que, para uma competição sobretudo nacional, o
clube deve se fortalecer e não ficar fragilizado, como é o caso do
Parnahyba. Mas a questão não sugere
muita coisa. Agora, qual a razão do boicote de alguns jogadores considerados ‘peças
principais’ do clube azulino?
Ora, quem está ‘próximo’ sabe, muito bem, do que se trata.
Quem está ‘distante’ apenas superficialmente. Vou, assim, elencar alguns
fatores que causaram o boicote dos jogadores campeões piauiense desta
temporada.
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Além de Capela, Idelvando não jogou e nem renovou. (Foto de Renneé Fontenele/HORA DO DRIBLE) |
Não há Diretoria de Marketing no clube azulino, o que iria
gerar receita; sem receita, o clube vive com o acordo firmado com a Prefeitura
Municipal de Parnaíba que, por sua vez, não cumpre a rigor o que ficou
acordado, de modo que, sem dinheiro, o atraso dos salários dos jogadores e
comissão técnica se mostra inevitável.
As conversações entre a Diretoria e os jogadores renderam
‘espaço’ de tempo, a fim de que os atletas permanecessem jogando e aguardando a
premiação referente ao título, o que aliviaria e muito os débitos atuais.
Conseguido o título de maneira aguerrida (tão almejado por Flamengo e River,
diga-se), eis que um ‘tripé’ da dificuldade, (para o Parnahyba) e possibilidade
(para o River disputar a Série D), surge, no ‘meio do caminho’.
River Atlético Clube, derrotado em campo pelo Tubarão;
Federação de Futebol do Piauí, querendo o River campeão e o TJD-PI, ‘espaço’
mais tricolor do que azulino, formaram a famosa Tríplice Aliança.
Mas, como assim, já que o Parnahyba venceu o julgamento no
TJD – perguntaria, talvez, outro ‘colega’, lá de (...)? É, mas onde está a
premiação? A Federação a disponibilizou? Não! Qual a consequência disso?
Novamente, o clube azulino sem dinheiro, sem como honrar seus compromissos com
jogadores e comissão técnica, fragilizado e, porque não dizer, desestruturado –
eis a finalidade de não liberar a premiação – sofrendo as duras penas da
ausência de recursos fixos, fica à mercê das mais constrangedoras situações, uma
vez que a gestão do clube (e aqui se chega ao erro da atual diretoria) não
desenvolve mecanismos que gerem receitas suficientes para a participação da
equipe, sem haver prejuízo para profissionais e o clube.
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Sem também jogar, goleiro Aranha chegou a discutir com dirigente azulino - (RF) |
Pois bem, chega-se à raiz do problema, causa maior de todo
esse prejuízo que, ao passo dos dias, cresce, ainda mais.
Sem dúvida nenhuma, se completo, o clube centenário não teria
sido derrotado em Salgueiro, e traria, no mínimo, um empate, com todo o
respeito que sugere o clube pernambucano e os jogadores guerreiros que lá
defenderam o Tubarão do litoral.
Acho nobre a garra com que os jogadores que lá estiveram, mostraram em campo. O problema maior do nosso futebol Renneé, está em quem o faz. Infelizmente não vejo a participação do nosso representante com boas expectativas. Estamos torcendo. E mesmo com a contratação de bons nomes (que devem mesmo chegar), a base não é a mesma. #futeboldipiauíagoniza
ResponderExcluirAbdias Bideh
Belíssima e realista crônica. Parabéns primo. O maior mau da imprensa de Teresina é eles pensarem idiotamente, que Teresina é o Piauí. Essa é a realidade do nosso Piauí.
ResponderExcluirExatamente isso, primo. Grato pelas palavras!!
ExcluirAí esta a realidade, evidenciada por quem tem ampla bagagem, adquirida pela dedicação dispensada ao futebol piauiense ao longo dos anos, e credibilidade demonstrada no referido espaço de tempo. Parabéns meu amigo.
ResponderExcluirMuito grato, amigo Manoel Neto.
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